E ao primeiro dia, lá se encontraram: três docentes, duas alunas, uma assistente de investigação e dois bibliotecários. Em comum o interesse pelos livros e a procura de um espaço de debate, discussão e socialização em torno de uma obra lida anteriormente. Apresentações feitas, entramos nas preferências: Gonçalo M. Tavares, Murakami, Sándor Márai, Paula Hawkins, Saramago, Harper Lee, J.K. Rowling, Elena Ferrante e tantos outros.
Do prazer, a leitura como subversão e ato de liberdade, como imersão numa realidade paralela só nossa, como prática por gosto (que não cansa); da frustração, a impossibilidade de comunhão dessas ideias entretanto construídas sobre o trabalho do autor, seja por tantas vezes lermos o que ninguém leu ou por outras tantas o fazermos desfasados no tempo de quem já o cumpriu. Mas sempre, sempre, a devoção e nunca a obrigação. Para reforçar isso Pennac relembrou-nos que o verbo ler não suporta o imperativo (o ler como se ama e sonha – há que frisar -, pois há outras leituras cinzentas – e negras, aprendemos também – que, se uns dias são doces, noutras são fel).
Este grupo cresce em conta e medida e irá medrar, nota-se: há já mais inscritos e os 15 previstos depressa se alcançarão. Mais é multidão, que a conversa quer-se escorreita.
De ter um grupo de leitores na academia, no campus, na faculdade, no instituto: mais que o suporte que abaixo se deixa, fala por si o entusiasmo: não exuberante, mas sincero. Queremos ler e partilhar e tornaremos a fazê-lo no próximo mês, cada um com um ramalhete de Flores, que amavelmente o Afonso Cruz nos deixou para cheirarmos.
O grupo reúne-se na última quarta-feira de cada mês, pelas 18h00, na Biblioteca da FPIE. O próximo encontro é no dia 5 de Abril, e as inscrições fazem-se via biblio@fpie.ulisboa.pt.
“Running a book club at an academic library can be a successful program to draw the community into the library, promote the library’s image, and encourage lifelong learning and reading.”
Fajardo, A. (2010). Book Clubs: Not Just for Public Libraries. College & Undergraduate Libraries, 17:1, 65-69.
“Reading for pleasure correlates strongly with academic achievement.”
National Endowment for the Arts. (2007). To read or not to read: A question of national consequence. Washington, DC: National Endowment for the Arts.
“Es importante desvincular los libros y las lecturas del entorno estrictamente universitario y potenciar através de los clubes de lectura un espacio de encuentro y diálogo entre todos los miembros de la comunidad universitaria. Según el Estudio sobre los hábitos de lectura de los universitarios españoles (2008) se demuestra la necesidad de desarrollar y estimular este hábito lector señalando que la lectura no es sólo un medio de acceder al conocimiento, sino un poderoso instrumento epistémico que permite pensar y aprender.”
Jiménez, M. P. A. (2013). El Club de Lectura de la Biblioteca Universitária de Albacete: la experiencia de un club de lectura universitario. RUIDERAe: Revista de Unidades de Información, 3.