Paula Moura

A ideia de juntar profissionais de diferentes áreas para debater o “acesso à informação”, surgiu a partir de uma constatação que é comum nos profissionais que desenvolvem as suas atividades em instituições de memória(bibliotecas, arquivos e Museus): estamos perante uma mudança de paradigma. Apesar da contínua necessidade da identificação, tratamento, acesso e recuperação das diferentes tipologias de informação, esta apresenta-se, nos dias de hoje, com novas roupagens e novas formas de acesso – o digital.

Daqui nasceram novas competências associadas ao digital: desde o conhecimento das diferentes linguagens de tratamento da informação, da normalização, da recuperação e partilha de recursos… dado que o utilizador está apenas interessado na informação.

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A parceria entre as Associações BAD e Acesso Cultura teve como objectivo sensibilizar os profissionais de Museus, Bibliotecas e Arquivos para questões anteriormente enunciadas.

O arranque destes debates iniciaram-se a norte, mais precisamente em Braga, no dia 7 de Junho, com um leque variado de convidados:

António Sousa do Arquivo Distrital de Braga; Isabel Silva do Museu D. Diogo de Sousa; Pedro Rangel Henriques, da Universidade do Minho e Ricardo Saraiva da Biblioteca Geral da Universidade do Minho. A moderação esteve a cargo de Aida Alves, da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, local que gentilmente nos acolheu.

Deste debate saíram contributos muito reais, no que diz respeito ao estado da arte nos museus, principalmente aqueles que dependem da Administração Central, das suas necessidades e do trabalho desenvolvido até então, tendo em conta todos os condicionalismos e restrições.

Verificou-se que as áreas de arquivo e biblioteca podem dar grandes contributos e prestar auxílio aos Museus nestas matérias, desde que esta informação chega às entidades competentes de forma concertada.

O auxílio das tecnologias de informação e dos profissionais da área da informática são peça relevante, na medida em que, vão traduzir, desenvolver e parametrizar as ferramentas de tratamento e disponibilização de informação, de acordo com as necessidades das organizações e dos utilizadores.

O apelo a uma transversalidade de saberes, para fomentar o crescimento e uma cada vez melhor, mais qualificada, eficaz e pertinente prestação dos nossos serviços foram uma constante ao longo deste debate.

No dia 21 de Junho, o debate aconteceu na cidade do Porto, no Arquivo Distrital.

Aqui os convidados presentes foram: Alexandre Matos da empresa Sistemas de Futuro | membro do ICOM Portugal e do CIDOC, Augusto Ribeiro da Universidade do Porto, Maria Manuel Borges da Universidade de Coimbra e Olinda Cardoso do Arquivo Distrital do Porto. A moderação esteve a cargo de Luís Borges Gouveia, da Universidade Fernando Pessoa.

Uma partilha bastante profícua, que passou desde os últimos desenvolvimentos e contributos ao nível da normalização em museus, com a tradução de documentos normativos, a necessidade de implementação de ferramentas que espelhem essa mesma organização, comunicação e interoperabilidade entre diferentes aplicações e tecnologias de informação ao serviço nas organizações.

A apresentação de experiências já em curso foram igualmente objecto de abordagem, como foi o caso da Universidade do Porto, ao nível do tratamento, acesso e disponibilização de informação, de forma integrada, contida nos museus, bibliotecas e arquivos da universidade e; igualmente do Arquivo Distrital do Porto, ao nível do trabalho desenvolvido no tratamento, conservação, transferência de suportes, acesso e disponibilização dos fundos de arquivo que tem à sua guarda, partindo sempre de um pressuposto fundamental: as ferramentas digitais nas suas mais diversas valências.

As competências no digital são uma necessidade cada vez mais premente, daí a urgência na criação de chamadas de atenção, de consciencialização ao nível dos governos e órgãos detentores de poder, quer a nível nacional como internacional, para que se fomentem planos de mudança e de alinhamento de estratégias.

Estas foram as grandes linhas de força que saíram destes debates.

Para Lisboa, Évora e Loulé avizinham-se grandes momentos de partilha!

Mais informações estão disponíveis aqui.

 

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