Marcelo Rebelo de Sousa lamentou este domingo a morte de Maria José Moura e sublinhou o seu papel na definição da política da leitura pública em Portugal, destacando a sua responsabilidade na direcção do Programa da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, entre 1987 e 2006.
Na nota publicada no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa reconhece em Maria José Moura “a importância da vida dedicada à leitura, aos livros e, sobretudo, aos leitores”. Num tempo em que muitos municípios não dispunham de biblioteca nem de políticas de livre acesso, o Presidente Marcelo realça que “o acesso à leitura era perspetivado como um direito que importava plenamente concretizar, constituindo-se as bibliotecas públicas como espaço de satisfação desse direito.”
Maria José Moura, que faleceu esta sexta-feira, aos 81 anos, era licenciada em Ciências Históricas e Filosóficas, e tinha o curso de Bibliotecário e Arquivista.
Foi directora de serviços de documentação da Universidade de Lisboa, directora de serviços do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, fundadora da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas (BAD), vice-presidente do Conselho Superior de Bibliotecas, coordenadora geral do Projeto do Inventário do Património Cultural Móvel e delegada nacional da UNESCO.
O Estado Português condecorou-a com a Ordem do Mérito. No plano internacional foi distinguida, em 1998, em Amesterdão, com o Prémio Internacional do Livro, por proposta da Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA).
No plano associativo, para além de fundadora da BAD, de que era Associada Honorária, foi Presidente da Direcção, Presidente da Assembleia Geral e, mais recentemente, Vice-Presidente do Conselho Directivo Nacional.