As bibliotecas públicas devem ser defendidas, apoiadas e respeitadas nas suas mais diversas valências enquanto promotoras de uma cultura inclusiva, assumindo o Governo, sem qualquer tipo de restrições que Portugal deve ter um modelo de Biblioteca Pública entendível como essencial numa estratégia inclusiva de democratização cultural, baseadas no princípio de que a lógica prioritária é a de servir os interesses das pessoas e não o das instituições ou dos objectos com reflexos no regime de livre acesso a qualquer publicação ou documento, na multiplicação de serviços e, ainda, na diversidade de géneros literários e de suportes, do livro ao jornal, passando pela revista, impedindo que legislação ocasional impeça os utilizadores de ter acesso à informação.
O Estado Central deve ser também o principal dinamizador no Estabelecimento de redes de contactos e parcerias, com a criação de uma verdadeira Rede Nacional de Leitura Pública de forma a estimular o intercâmbio e a abertura ao exterior, possibilitando a circulação de informação e a co-organização de iniciativas.
Numa altura de forte contenção orçamental, não se podem deixar morrer instituições que são pontas de lanças na divulgação e animação cultural da comunidade local, assumindo o seu papel de mediação e de aproximação a públicos alargados, mediante a proliferação de iniciativas, directa ou indirectamente relacionadas com o livro, instrumento essencial na educação humana e na busca do conhecimento diário.
Em suma, as bibliotecas públicas devem assumir uma postura de intervenção social activa, assumindo o seu estatuto de biblioteca pública, com a responsabilidade de uma acção territorialmente delimitada, aberta às dinâmicas sociais emergentes, dirigindo energias para a fidelização e alargamento de utentes numa óptica de desenvolvimento democrático, mas não podem fazer isso sem a devida sustentação económica ou o apoio politico, tão distante das realidades culturais.
Luís Santos