Celebra-se hoje, 20 de maio, um marco essencial para a modernização das bibliotecas portuguesas: há precisamente 25 anos era inaugurada a Base Nacional de Dados Bibliográficos – PORBASE, um projeto pioneiro que lançava decisivamente a informatização de bibliotecas em Portugal. Sob a liderança da Biblioteca Nacional mas desde logo extravasando o âmbito da Instituição, a inauguração culminava a primeiríssima etapa dum percurso que se iniciara apenas dois anos antes.
A visão para o projeto era ambiciosa mas estrutural, prometendo benefícios sistémicos – ao mesmo tempo que se informatizava o catálogo da BN, lançavam-se as bases de uma colaboração interbibliotecas para a construção de um catálogo coletivo em linha, uma ferramenta essencial à partilha de informação, competências e recursos em rede num tempo em que ainda se estava longe da invenção da Internet.
Conjugando a necessidade da sua modernização com outras responsabilidades da BN, designadamente em matéria de normalização e formação contínua, estava lançado todo um processo dinamizador que envolveu grande comunicação entre as instituições. Adotaram-se e traduziram-se normas, designadamente o UNIMARC, estabeleceram-se grupos de trabalho para rever critérios e métodos, desenvolveram-se e distribuíram-se aplicações em CDS/ISIS para uso local das bibliotecas e disponibilizaram-se programas de formação que durante longos anos supriram necessidades a que o mercado ainda levaria muitos anos a responder.
Por tudo isto, o momento do lançamento da PORBASE ao público permanece com um significado múltiplo e de longo alcance. Por se ter desenvolvido não apenas como uma base de dados, um produto de informação – hoje com mais de 1.750.000 registos bibliográficos, 183 instituições cooperantes e cerca de 50.000 acessos por mês – mas antes como um conjunto articulado de produtos e serviços a que o conceito e marca PORBASE ficaram associados e que estimularam e consolidaram toda uma renovação profissional como há muitas décadas não acontecia.
Nos tempos atuais, em que o uso das tecnologias de informação e comunicação é tão banal e constitui um dado longinquamente adquirido, vale a pena recordar que muito do que enforma a nossa realidade e as nossas práticas profissionais é, ainda, resultado dessa mudança gerada pela PORBASE há 25 anos nas bibliotecas portuguesas.
Fonte: Biblioteca Nacional de Portugal