O Centro de Documentação e Arquivo Histórico (CDAH) é um serviço público integrado no Museu de Portimão, assumindo-se claramente como um centro organizador de recursos documentais e arquivísticos, tendo por missão tratar, salvaguardar e divulgar a informação historicamente produzida, de modo a permitir e facilitar a apreensão global e cronológica das temáticas e realidades sociais, culturais, económicas e políticas de Portimão e da região algarvia.
Com a abertura ao público em Junho de 2008, nas novas instalações do Museu de Portimão, ocupando o antigo “shead” industrial, entretanto recuperado para as suas novas funcionalidades, e local onde se situavam os cozedores e secadores de peixe, do antigo edifício da fábrica de conservas, o Centro de Documentação e Arquivo Histórico (CDAH) do Museu de Portimão, constituiu-se desde logo como um espaço privilegiado para a consulta e a pesquisa públicas.
Os seus fundos incorporam, para além do arquivo definitivo da Câmara Municipal de Portimão, a documentação de diversos arquivos pessoais e colectivos, ligados à indústria, comércio, construção naval e associativismo entre outros, directamente relacionados com a temática histórica, política, económica, social e cultural local e regional.
Um outro objectivo do trabalho do CDAH é o de contribuir para compreensão e interpretação dos fundamentos, instrumentos e processos do trabalho documental e arquivístico gerindo, de forma articulada, a sua relação com as funções e objectivos do Museu.
Esta faceta do CDAH representa um importante papel enquanto pólo e estrutura de apoio ao trabalho de investigação e de programação museológica da equipa técnica do Museu.
Esta natural complementaridade interdisciplinar é uma constante, desde o início dos trabalhos preparatórios e prévios à instalação do Museu, e desenvolveu-se com particular incidência, ao longo do processo da constituição da equipa técnica e museológica, nos trabalhos de recolha, levantamento, classificação, tratamento e inventário de espólios, colecções, documentação e arquivos entre museólogos, arqueólogos, historiadores, conservadores/restauradores, antropólogos, documentalistas e arquivistas.
Esta dinâmica operatória em muito facilitou a desejável complementaridade dessa tão necessária relação entre o momento de recolha da peça e simultaneamente, em inúmeras situações, dos documentos e fundos arquivísticos a ela associados, para a preservação futura do seu quadro máximo de informação, com reflexo positivo na formulação da história das colecções, seus descritores e inventários.
Mas apesar da sua inclusão no mesmo edifico de Museu e da natural interacção técnica e profissional como a restante equipa do museu, da qual é parte integrante, a missão especifica dessa vertente arquivística, direccionada para públicos específicos, obrigou a projectar o CDAH, como uma unidade espacial e funcional específica, compreendendo salas de consulta pública, leitura geral e pesquisa, serviço de reprodução e impressão, 16 pontos de acesso para pesquisa na base de dados informatizada (multibase), leitor de microformas, espaço internet e ligação Wi-Fi, gabinete de investigação, sala de higienização, registo, processamento, e área de depósito para o arquivo histórico, documental, fotográfico e iconográfico.
Para além de uma ligação directa e interna ao Museu, um acesso independente e um horário autónomo, em relação ao restante espaço museológico, foi igualmente uma opção que se veio a revelar de grande utilidade ampliando a sua capacidade de atendimento aos seus utentes.
Realizada a catalogação em base de dados dos fundos documentais, a mesma é disponibilizada através de consulta digital, quer nos referidos 16 pontos de acesso informatizado das suas salas de leitura, quer através da consulta online em desenvolvimento no website do Museu e do Arquivo Distrital de Faro, tendo verificado nestes três últimos anos (2011, 2012 e 2013), uma frequência e atendimento a cerca de 6.000 utilizadores, que consultaram os diversos fundos estruturados e distribuídos em quatro grandes áreas: Biblioteca Especializada, Biblioteca João Tavares, Arquivo Histórico e Arquivo Iconográfico.
O CDAH posiciona-se deste modo, neste duplo relacionamento interno e externo, como um autêntico “CENTRO DE MEMÓRIA E INTERPRETAÇÃO DA COMUNIDADE” e como um importante factor para a percepção e reforço da matriz identitária e evolução histórica da sua envolvente humana e territorial.
Gisela Gameiro (Técnica Superior de Arquivo, CDAH – Museu de Portimão)
Nota biográfica
– Técnica Superior de Arquivo do Centro de Documentação e Arquivo Histórico do Museu de Portimão desde Março de 2008, tendo exercido as funções de Técnica Superior de Arquivo, na Câmara Municipal de Lagos, entre Setembro de 2003 e 2008 e de Técnica Superior, no Centro de Recursos Multicultural, da Câmara Municipal de Lisboa de Abril de 2000 a Outubro de 2002.
– Possui os Curso de Especialização em Ciências Documentais, na variante de Arquivos (2004), e na de Bibliotecas (2002), pela Universidade Lusófona de Lisboa.
– É Pós-Graduada em Estudos Europeus, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (2000).
– Possui Licenciatura em Relações Internacionais, pela Universidade Lusíada de Lisboa (1999).