imagesFilipa Medeiros

A representação da informação – entendida como o conjunto de procedimentos que permite o acesso por assunto a uma unidade de informação específica, tendo em vista a sua comunicação e o seu uso – constitui, nos dias de hoje, um tema de grande atualidade e interesse no seio dos profissionais das instituições de memória (museus, arquivos e bibliotecas). De igual modo, o surgimento de novos modelos concetuais convergentes e, portanto, possibilitadores da interoperabilidade entre os diversos sistemas de descrição que existem, tem contribuído largamente para intensificar o debate em torno desta problemática. Veja-se, por exemplo, a crescente importância da partilha de estruturas e de vocabulários comuns através dos novos formatos emergentes, entre os quais se destacam os LOD (Linked Open Data) e os LOV (Linked Open Vocabularies).

No contexto da sublinha de trabalho de Terminologias do GT-SIM, detêm especial relevância os sistemas de organização do conhecimento, atualmente designados de KOS – Knowledge Organization Systems – ou seja, os vocabulários especializados ou não e que têm como finalidade a representação da informação, tendo em vista a sua recuperação, de forma eficaz e pertinente. Também os KOS têm conhecido largos progressos nos últimos anos, quer na sua vertente normativa, quer no desenvolvimento de novas estruturas de representação da informação, entre as quais se evidenciam as orientadas para a web semântica, designadamente as ontologias.

Tendo em conta esta breve caracterização do estado da arte relativa à representação da informação e aos KOS e, ainda, os atuais desafios que se colocam à gestão integrada das coleções nas instituições de memória, constituem objetivos específicos desta sublinha de trabalho os seguintes:

  1. Reunir normas nacionais e internacionais de referência;
  2. Criar uma listagem exaustiva de vocabulários controlados (tesauros, terminologias, ontologias, entre outros) para a gestão do património cultural;
  3. Elaborar um Guia de Boas Práticas sobre a representação da informação e os KOS nas instituições de memória e publicá-lo na página web da BAD;
  4. Realizar ações de divulgação do Guia, presencial e/ou virtualmente;
  5. Realizar seminários e webinars no âmbito da formação promovida pela BAD ou por outras entidades públicas ou privadas que os solicitem.

Neste momento, a sublinha encontra-se a trabalhar nos três primeiros objetivos, que estima estarem concluídos em julho de 2015. Os restantes serão concretizados entre outubro e dezembro do mesmo ano.

Por fim, importa ainda referir que esta sublinha tem procurado parcerias internacionais, nomeadamente com o Brasil, para a colaboração na tradução de vocabulários controlados de referência internacional para a organização e gestão do património cultural. Os membros da sublinha encontram-se expectantes relativamente à possibilidade desta colaboração, que se pretende ver concretizada muito em breve. Será, sem dúvida, uma experiência enriquecedora e um enorme desafio!

Membros da sublinha: Filipa Medeiros (Campo Arqueológico de Mértola / CIDEHUS-UE, bibliotecária); Natália Jorge (Sistemas de Futuro, doutoranda em Museologia, FLUP); Juliana Monteiro (Investigadora e doutoranda em Museologia, FLUP); Ana Cristina Oliveira (Museu Municipal de Loures, arqueóloga); Eugénia Correia (Museu Municipal de Loures, antropóloga); Susana Medina (Museu FEUP); Margarida Amaral (Museu Municipal de Loures, bibliotecária).

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