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Começa hoje e prolonga-se nos próximos dias 24 e 25 de março, no Museu Calouste Gulbenkian o primeiro momento do ciclo de encontros O que é o Arquivo?, o Laboratório 1: Arte/Arquivo.

Partindo da questão O que é o Arquivo?, o AML – Videoteca desenvolve um ciclo de encontros com o objetivo de analisar o modo como as mudanças tecnológicas em curso interferem na própria realidade e definição do Arquivo, interpelando e reconfigurando-o. O Laboratório 1: Arte/Arquivo vai concentrar a abordagem a esta pergunta no campo da criação artística, propondo-se explorar e mapear as relações entre o Arquivo e a Arte na produção artística contemporânea portuguesa.

Ao longo de três dias, os diversos intervenientes irão colocar em questão o cruzamento entre a arte e o arquivo, apresentando diferentes abordagens ao tema, e partindo de áreas de criação artística distintas. Com a presença de artistas como José Luís Neto na fotografia, Filipa César e Daniel Barroca na imagem em movimento, Pedro Lagoa, nas artes plásticas, ou André Guedes e André Amálio na vertente performativa. As mesas de trabalho serão ainda compostas por intervenções de investigadores e filósofos, entre os quais se destacam Maria Filomena Molder, Delfim Sardo, António Guerreiro, José Manuel Costa.

O ciclo de encontros O que é o Arquivo? irá prolongar-se durante os próximos anos, através de uma série de Laboratórios, encontros de trabalho e de discussão, onde, de cada vez, esta pergunta será colocada a partir de práticas e saberes visuais particulares, e de campos de trabalho e investigação específica.

Programa

23 de março, 5ª feira
MESA DE TRABALHO 1 | 15h/18h
O que é o Arquivo? Abordagem epistemológica e ontológica

Com as transformações trazidas pelos novos media sociais deixou de ser claro onde começa e acaba o arquivo ou o que está dentro e fora dele. O poder do arquivo passou a ser exercido por todos, sendo que ninguém o possui em particular. Esta “febre do arquivo” (Derrida, 1995) abre a necessidade de (re)pensar o que é o arquivo na sua relação com a determinação da produção do que e visível e dizível, ou seja, em termos foucauldianos, das condições de saber de um dado momento, o nosso. Trata-se de uma problematização de natureza política, que põe em questão o que deve ser visível e o que é esquecido, e que, no campo artístico, interroga o próprio arquivo e sistema da arte.

Com apresentação de trabalhos por José Luís Neto e Pedro Lagoa. Seguida de discussão com Ana Bigotte Vieira, António Guerreiro, João Oliveira Duarte, Maria Filomena Molder.

24 março, 6ª feira
MESA DE TRABALHO 2 | 15h/18h
O que pode o Arquivo? Apropriação e reconfiguração de arquivos

O fascínio pelo arquivo manifesta-se quer na exigência de tomar parte na prática arquivística, através da fundação de toda a espécie de arquivos e de novos tipos de arquivos, quer na demanda de aceder ao que (já) está guardado no arquivo. Neste contexto, as operações que conduzem ao arquivo podem situar-se entre criação e destruição, crítica e fetichismo, reflexão histórica e desvio artístico. O arquivo é encarado, mais do que como repositório do passado, como meio de intervir estética e politicamente no presente.

Com apresentação de trabalhos por Daniel Barroca e Filipa César. Seguida de discussão com José Manuel Costa, Nuno Faria, Patrícia Leal.

25 março, sábado
MESA REDONDA | 10h/13h
Sintomatologia: o Arquivo na sua relação com as Artes

Estado da Arte das relações entre Arte e Arquivo com apresentações de Ana Janeiro, Anabela Bravo, Antónia Gaeta, Catarina Simão, Célia Ferreira, Elisa Noronha, Filipa Guimarães, Isabel Costa, Magna Ferreira, Maria Ganem, Miguel Bonneville, Rui Dias Monteiro, Rui Mourão, Sandra Camacho, Stéphanie Baumann.

MESA DE TRABALHO 3 | 15h/18h
Quando há Arquivo? A tensão institucional na constituição do arquivo

Como se coloca, ao nível das instituições arquivísticas, a decisão/definição do que pode e deve ser arquivado? E como se relaciona este poder com os gestos não institucionalizados de preservação de objetos, obras, imagens, coleções, movidos pelo desejo, as obsessões e idiossincrasias singulares, individuais e privadas? Como se joga o trabalho do artista na transição entre os dois – do arquivo privado ao arquivo institucional? E como se posiciona, nessa transição, o museu, enquanto lugar de reflexão sobre o arsenal de artefactos artísticos, imagens e taxonomias que governam as suas relações?

Com apresentação de trabalhos por André Amálio e André Guedes. Seguida de discussão com Ana Gandum, Delfim Sardo, Liliana Coutinho.

ENTRADA LIVRE

Para mais informações:
http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt | https://www.facebook.com/oqueeoarquivo/
Telefone: 213 807 154 | E-mail: oqueeoarquivo@cm-lisboa.pt

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