Realizou-se no dia 6 de novembro de 2017 a II Conferência do Grupo de Trabalho Sistemas de Informação em Museus, no Colégio Espírito Santo, Universidade de Évora, que contou com cerca de 70 participantes.
A primeira sessão da manhã contou com as interessantes comunicações de Marta Lourenço, Graça Filipe e Lígia Rafael.
Na comunicação da Marta Lourenço intitulada Arquivos são Coleções e Coleções são Arquivos, importa salientar a importância de toda a documentação de contexto do Património da Ciência, pois só assim se constrói significado, qualidade e visibilidade dos acervos múltiplos da comunidade científica. Deste modo é possível organizar um lugar coletivo da vida e da natureza, e o tão importante entendimento de como sabemos.
Graça Filipe na sua apresentação intitulada Museus e Património em Portugal: reconhecer a importância e as especificidades dos inventários e da documentação, (re)pensar prospectivamente os sistemas de informação, reflete sobre o entendimento dos museus como processos sociais e públicos onde se conta a história através dos objetos, mas para os museus desempenharem a sua função social, importa existirem claras e objetivas políticas públicas e boas práticas profissionais. Assim como, importa cruzar políticas dos museus, arquivos e bibliotecas com políticas de educação.
A gestão de informação no Museu de Mértola: como ultrapassar a barreira do “ponto zero”? foi o título da comunicação de Lígia Rafael. Teve a coragem de apresentar a realidade crua de uma boa parte dos museus, – o ponto zero – marcado por uma ausência de estratégia e de profissionais, para levarem a cabo a gestão da informação nos museus portugueses. Contudo apontou um programa para o Museu de Mértola para sair deste ponto zero, com aqueles que considera serem “os passos essenciais para que um sistema de gestão da informação seja implementado no Museu de Mértola”.
Após estas três primeiras apresentações, destacou-se o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho Sistemas de Informação em Museus (GT-SIM) da BAD, relativamente aos trabalhos de tradução desenvolvidos no âmbito da normalização de informação por Cristina Cortês e Alexandre Matos, à elaboração de um guia de boas práticas com ferramentas e recursos relacionados com a organização e representação do conhecimento nas instituições de memória, pela Natália Jorge.
A sessão da tarde iniciou-se com a apresentação dos resultados do Diagnóstico aos Sistemas de Informação nos Museus Portugueses, trabalho coordenado por Jorge Santos, apresentando uma perspetiva de integração que deu o mote para a Mesa Redonda que se realizou a seguir com a participação de Maria de Jesus Monge (Museu Biblioteca da Casa de Bragança), Marco Lopes (Museu Municipal de Faro), Francisco Amado Rodrigues (Biblioteca e Coleção Visitável da Academia Militar), Cármen Almeida (Divisão de Cultura e Património da Câmara Municipal de Évora), Maria Manuel Velasquez Ribeiro (Museu de Angra do Heroísmo) e Virgílio Hipólito Correia (Museu Monográfico e Ruínas de Conimbriga).
Para além dos animados debates que ocorreram após a apresentação das três primeiras comunicações e da Mesa Redonda, os participantes tiveram ainda a oportunidade de conhecer o Museu de Évora, com uma visita guiada pelo seu diretor, António Alegria.
Agradecemos o apoio da Direção Regional de Cultura do Alentejo e da Fundação Eugénio de Almeida que permitiram a realização deste encontro.