1. Jorge Peixoto
    Jorge Peixoto

    JORGE PEIXOTO – faz hoje 100 anos que viu a luz do dia um dos grandes mestres da biblioteconomia (hoje Ciências Documentais) em Portugal. Jorge Adalberto Ferreira Peixoto nasceu em Tortosendo no dia 23 de Abril de 1920. Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Univ. de Coimbra, aí se diplomou com o Curso de Bibliotecário-Arquivista (CBA), tendo passado a exercer as funções de bibliotecário na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra em 1954. Rapidamente ganhou notoriedade pelos seus conhecimentos e competência profissional, passando a dirigir a Secção de Catalogação e Classificação daquelabiblioteca. Pelas mesmas razões foi encarregado da regência da cadeira de Bibliologia e Biblioteconomia do referido CBA em 1961, sendo equiparado a professor auxiliar em 1973. Em 1975/76 foi professor visitante da Univ. S. Paulo (Brasil).

    BAD DIRECÇÃO 1973
    Direção BAD 1973

    Fez parte do grupo de bibliotecários-arquivistas de Coimbra que em 1963 criou os CADERNOS BAD, nos quais naturalmente colaborou, sendo o autor de grande parte dos editoriais até 1975. Foi secretário geral do I (1965) e IV (1973) Encontros dos BAD, integrando ainda a comissão organizadora do V (1975). Pertence ao núcleo dos fundadores da BAD em 1973, sendo o seu sócio nº 1 e o primeiro presidente da mesa da Assembleia Geral.

    É autor de apreciável bibliografia sobre biblioteconomia e história do livro nos seus mais diverso aspectos, sendo de destacar “Técnica bibliográfica” (Coimbra: Atlântida, 1961), o prefácio e notas referentes a Portugal de “O livro: impressão fabrico” de Douglas C. McMurtrie (Lisboa: Gulbenkian, 1969) e a publicação de 75 artigos em revistas da especialidade, culturais e em jornais, de que merecia se fizesse uma selecção e se reunissem em livro. Colaborou também na “Enciclopédia Verbo”, sendo autor de 26 entradas. Foi ainda e sempre um denodado defensor dos profissionais de BAD, quer no diz respeito ao seu reconhecimento, formação e valorização profissional, quer na luta pelos interesses da classe. Faleceu em 1977, com 57 anos de idade, vítima de doença que não perdoa, mas também amargurado por uma calúnia vergonhosa, que, felizmente de imediato foi sanada pelos tribunais. O “Boletim da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra” o seu vol. 34 (1978/79) em 3 tomos. A sua bio-bibliografia está publicada em “Cadernos Bibl. Arq. Doc.”, Coimbra, 13(1) Jan-Jun 1977, p. 6-23, onde se pode apreciar a real dimensão da sua actividade e obra. Foi o mestre incontestado de uma ampla geração de bibliotecários, entre os quais me incluo, que hoje recordam com emoção e saudade a sua competência, a sua paixão pela profissão e pelo livro e as suas qualidades humanas.

Similar Posts