Decorreu a 11 de maio de 2021, em formato online, a jornada intitulada “La Profesión frente al espejo”, organizada pela Sociedad Española de Documentación en Información Científica (SEDIC), em colaboração com o Departamento de Biblioteconomía y Documentación de la Universidad Complutense de Madrid.
Esta jornada, dedicada sobretudo para os alunos de cursos universitários do âmbito da Informação e Documentação, pretendeu refletir sobre a profissão e o valor que ela possui na comunidade, projetando o seu futuro.
Na primeira sessão dedicada à Epistemologia da documentação, intervieram Lluis Anglada (Director de Ciencia abierta del CSUC (Consorci de Serveis Universitaris de Catalunya) e José Antonio Magán Wals (Bibliotecário na Universidad Complutense de Madrid).
Na segunda sessão intitulada “Novos estudos para novos perfis” contou-se com as intervenções de José Antonio Gómez Hernández (Professor de Documentação na Universidad de Murcia), de Ernest Abadal Falgueras (Catedrático da Facultat de Información y Medios Audiovisuales. Vicerector de Personal Docente e Investigador. Universitat de Barcelona) e de Pablo Parra Valero (Professor Auxiliar Doutor na Facultad de Ciencias de la Documentación de la Universidad Complutense de Madrid). Sobre esta sessão dar-se-á conhecimento no próximo mês.
Na primeira sessão, Lluis Anglada defendeu a ideia de que refletir epistemologicamente sobre a profissão resume-se a uma investigação e a uma discussão sobre o que a profissão foi, o que é neste momento e o que queremos que ela seja no futuro. Assim, partiu da constatação de que esta profissão se encontra, na sociedade, numa posição menorizada, com pouca influência e peso, apesar dos êxitos e sucessos que a profissão tem. Um pouco por todo o mundo a profissão é ainda de nível intermédio, auxiliar, feminina e funcionalizada.
Há necessidade de refletir sobre o valor que esta profissão tem na sociedade, na comunidade. O que se faz nesta profissão é o que define o profissional da informação e documentação, que é mais do que um ofício e uma técnica. A profissão é um foco, um interesse muito específico, simultaneamente com o conhecimento, o exercício da técnica e a interiorização de valores profissionais. O foco não poderá ser só o que fazemos, mas para quem o fazemos. Citou, a este propósito, David Lankes, afirmando que o profissional de informação e documentação é aquele que permite o empoderamento através da informação, das pessoas e da comunidade, aquele profissional que ajuda a sua comunidade a produzir conversas inteligentes.
Relativamente ao exercício da profissão de Informação e Documentação, em Espanha, enumerou algumas causas da menorização, como a falta de estudos sobre a profissão, a questão da fragmentação profissional (por especialidades, por regiões, por tipologia, etc.) e a falta de uma voz própria, sem intervenção política e social, o que torna a profissão invisível na sociedade.
Por isso, é importante a profissão olhar-se ao espelho, enumerar as forças e as debilidades/fraquezas, para contrariar as causas de menorização já citadas.
Continua-se esta notícia em junho, sobre a intervenção, do bibliotecário da Universidade Complutense de Madrid, José Antonio Magán Wals, e relatando a 2ª sessão, que contou com a intervenção de vários professores de universidades, que lecionam em cursos relacionados com a Informação e a Documentação, revelando as suas preocupações com o surgimento de novos perfis profissionais e a necessidade das universidades incorporarem nos currículos novas matérias e conteúdos.
A gravação da sessão completa pode ser vista aqui
Luísa Alvim
Vogal da Profissão