Delegação Regional do Alentejo: Ciclo de Entrevistas a Associados da BAD
Memórias da Profissão “Conversando com Jorge Janeiro” coordenador da RAA-DE

Fotografia Jorge Janeiro 1

Qual é a sua memória de trabalho mais antiga?
Foi como estagiário de História no Município de Oeiras quando fiz uma investigação sobre a família Sinel de Cordes e a Quinta de Nossa Senhora da Conceição de Barcarena.

Em que serviço de informação começou a trabalhar?
Na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa.

Como surgiu a ideia de trabalhar em rede?
Quando cheguei ao Arquivo Distrital de Évora, em 2014, vinha já com a intenção de criar uma rede de arquivos porque queria replicar na região as dinâmicas que outras redes demonstravam, nomeadamente, a Rede de Arquivos do Alto Minho e a Rede de Arquivos do Algarve.

Do seu ponto de vista, qual foi o projeto mais estruturante da rede?
Foi o “Guia dos Arquivos do Distrito de Évora” pela capacidade de mobilização dos membros da RAA-DE para a identificação dos acervos existentes em cada um dos seus concelhos. Este projeto fez sair os arquivistas dos arquivos municipais para irem ao encontro de entidades exteriores aos municípios, como as associações, que constituem em grande medida a alma das localidades. Este trabalho permitiu recensear mais de 400 fundos e coleções, que passaram a estar mais acessíveis a quem os quiser consultar. O sucesso do projeto realizado em 2018, para além de conduzir posteriormente a iniciativas municipais de salvaguarda de fundos de associações e misericórdias, pode vir a desembocar num projeto ainda mais ambicioso a realizar nos próximos tempos: o “Guia dos Arquivos do Alentejo”.

Quais são os projetos da rede para o futuro?
Para além do “Guia dos Arquivos” queremos produzir roteiros, como aquele que estamos a finalizar, intitulado “Roteiro de Fontes para o Estudo da Vinha e do Vinho” e pretendemos que mais membros aprovem e apliquem o “Modelo de Regulamento do Arquivo” que elaborámos, que adiram à Rede Portuguesa de Arquivos e que implementem a “Estratégia para a Salvaguarda do Património Arquivístico”. Se todos concretizarem estes projetos nos próximos cinco anos alcançaremos ótimos resultados.

Como vê os serviços de informação do Alentejo no futuro?
Vejo-os cada vez mais interligados e integrados. Nos arquivos, por exemplo, o futuro passa por conecta-los entre si, começando desde logo por gerir internamente todo o ciclo de vida dos documentos, para que seja possível usufruir da informação de que dispõem de uma forma unificada e simples. Até porque a maior parte dela vai circular em formato digital. Mas temos ainda de ir mais além e conseguir ligar os arquivos às bibliotecas e aos museus, gerando ofertas de serviços de informação que facilitem o acesso e que suscitem nos utilizadores o interesse por visões cruzadas sobre o património cultural.

“Se todos concretizarem estes projetos nos próximos cinco anos alcançaremos ótimos resultados.”

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