Arrancamos o ano com mais uma sessão das “Conversas com Norte”, onde o denominador comum foram as bibliotecas e a leitura. 

Conversas com

A convidada para a rubrica “Associado na Primeira Pessoa” foi a nossa colega Aida Alves, diretora da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva (BLCS), em Braga, e cuja atividade associativa também ficou marcada pela sua passagem por esta Delegação (Norte).  Esta noite veio partilhar connosco a larga experiência e dedicação à leitura pública, área que desde cedo descobriu fazer parte dos seus sonhos profissionais. Despertada por alguns professores que, no momento certo, abriram-lhe o caminho para o universo das bibliotecas públicas, como é o caso do nosso colega e associado Henrique Barreto Nunes.

Ao ouvir o percurso da Aida percebemos que desde sempre esteve ligada ao mundo das bibliotecas, pois mesmo antes de fazer a sua formação na área, já iniciava a atividade laboral, no Centro de Documentação Europeia da Universidade do Minho. Daqui para a BLCS foi um salto e a concretização de uma oportunidade que tanto desejava. Pelo caminho, passou pela docência e deu os primeiros passos na investigação científica, com a frequência no doutoramento na área da ciência da informação. Somam-se já vários anos de dedicação à leitura pública e à BLCS em particular, demonstradas pelo contínuo trabalho de manutenção e atualização dos diferentes serviços que presta à comunidade, do imenso trabalho colaborativo realizado com  instituições congéneres e pela profícua agenda cultural que dinamiza.

Na segunda parte da sessão trouxemos a debate o tema “Promoção e mediação da Leitura, o que falta fazer?” guiado pela experiência, o olhar crítico e opinião do João Paulo Proença, Coordenador Interconcelhio para as Bibliotecas Escolares para os Concelhos de Almada e Seixal, mas também vogal da Delegação da Área Metropolitana de Lisboa e membro do Grupo de Trabalho das Bibliotecas Escolares. A comentar esta sessão contamos com o inestimável apoio da Manuela Barreto Nunes, vogal da Delegação Norte. 

Pela sua inquietante abordagem, ficamos com uma perspectiva da complexidade deste tema e de que nunca se esgotará a sua discussão pois, na sua visão otimista, ainda temos margem para fazer muito mais, no que toca à promoção da leitura. Das múltiplas questões que lançou, de resultados de inquéritos, de testemunhos de jovens em recentes encontros, entre outras partilhas, ficou a ideia da estreita relação entre o universo familiar e o desenvolvimento de hábitos de leitura. De facto, uma casa com livros e a prática da leitura, desenvolvida desde tenra idade, podem influenciar o comportamento dos jovens e adolescentes, na forma como estes lidam e se relacionam com o livro. Descobrir novas e estratégias de promoção da leitura junto dos jovens, arriscar metodologias um pouco fora do pré-estabelecido talvez se revelem alternativas a explorar, permitindo assim, aos jovens identificarem-se com as novas narrativas, potenciando o seu real envolvimento e a possibilidade de eles próprios se apropriarem de um espaço que também é seu.

A corroborar alguns dos resultados apresentados aqui pelo João Paulo fica o mais recente  estudo realizado Fundação Gulbenkian e pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, onde são evidenciadas as clivagens sociais e educacionais, no que diz respeito ao acesso à cultura e do muito que ainda poderá ser feito para “salvar a humanidade”!

Poderá ver ou rever esta sessão no canal do Youtube da BAD.

Nós regressaremos no dia 13 de Abril, para mais uma sessão das “Conversas com Norte”.

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