A Jornada “Arquivistas e Investigadores: o diálogo necessário”, organizada pela Delegação Norte da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, que decorreu no passado dia 9 de maio, na Universidade Portucalense, assentou em dois painéis temáticos – Historiadores e Arquivistas: que contributos para a (re)construção da memória? e Os arquivos na perspetiva do investigador -, moderados pelas colegas Manuela Barreto Nunes e Alexandra Vidal, respetivamente.
O evento contou com a inestimável participação do diretor da DGLAB, e também membro dos órgãos sociais da BAD Norte, Silvestre Lacerda, e construiu-se a partir do diálogo entre conceituados investigadores das Universidades de Coimbra, Porto, Minho e Portucalense –Rosário Morujão, José Augusto Pizarro, Marta Lobo e Isabel Freitas e Armando Malheiro (também na vertente de profissional da informação) – e arquivistas responsáveis por Arquivos Municipais e Distritais, as colegas Clotilde Amaral e Alda Temudo, sendo ainda de destacar a viva participação de uma interessada assistência.
Debateram-se os desafios e divergências entre arquivistas e investigadores, procurando responder a algumas questões apontadas por estes, tais como: a falta de instrumentos de pesquisa, os critérios utilizados pela Torre do Tombo no que se refere ao acesso aos documentos em mau estado de conservação, o perfil e as competências necessárias aos profissionais da informação a exercer funções em arquivos, bem como as mudanças no perfil e nas necessidades de informação dos utilizadores.
Apesar do reconhecimento da existência de constrangimentos diversos que conduzem, por vezes, a falhas de comunicação, concluiu-se que é fundamental conjugar esforços e criar condições para que haja um trabalho colaborativo e interdisciplinar entre os arquivos e as universidades e centros de investigação, com o intuito de permitir a valorização e a reutilização do trabalho efetuado pelos investigadores (transcrições de documentos, sumários, etc.) e, desta forma, acrescentar valor à informação disponibilizada pelos arquivos.
Não foram esquecidas, durante as Jornadas, as questões que se prendem com a necessidade de assegurar o acesso continuado à informação produzida em suporte digital, dado estar em causa o acesso às fontes de informação imprescindíveis para que, no futuro, se possa fazer a História do século XXI.