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Participantes na 1ª jornada de reflexão - Nazaré
Como o “Notícia BAD” oportunamente noticiou, teve lugar na Biblioteca Municipal da Nazaré no passado dia 9 de Abril uma jornada de reflexão promovida pela BAD para debater a profissão e o associativismo na área da informação e documentação.
A esse propósito recolhemos a opinião de Maria José Moura (Vice-presidente do Conselho Directivo Nacional) e Pedro Penteado (Vice-Presidente da Assembleia-Geral). Aqui ficam os seus depoimentos.
 

NBAD – A Jornada correspondeu às tuas expectativas?
MJM – A Jornada da Nazaré conseguiu exceder o que tínhamos imaginado! Apareceram bastantes colegas, alguns que já não se viam há tempos e o ambiente foi óptimo durante todo o dia, sem esquecer o almoço de convívio. Na história da BAD, foi uma manifestação rica de ideias e de afectos!
PP – Sim, em geral. Talvez apenas esperasse um pouco mais de presenças de associados e de jovens, mas compensou com a transmissão por vídeo-difusão, em directo, na web. Desse ponto de vista, abriu um novo caminho no alargamento nas formas de participação associativa. Quanto aos jovens, espero que aos poucos compreendam que a sua participação é importante e que as associações estão aí para apoiar e valorizar a sua inserção profissional. Não foi ao acaso que a BAD, por minha sugestão, aceitou e viu com muito agrado a inclusão de um painel sobre os problemas da nova geração de profissionais. Como professor universitário e como profissional da Informação e Documentação, custa-me ver bons alunos e potenciais arquivistas de qualidade sem terem as devidas oportunidades de afirmação.

NBAD – Quais são os aspectos que consideras fulcrais dos trabalhos realizados?
MJM – A preparação dos temas e a forma como foram desenvolvidos resultou muito bem, dando a todos a oportunidade de se manifestar e trazer os seus contributos, durante as diferentes sessões. Está pois de parabéns quem teve a ideia e os que dirigiram os subsequentes trabalhos.
PP – Em 1.º lugar, a experiência de abertura e de estímulo à participação dos profissionais, independentemente de pertencerem ou não à BAD, com a inclusão imediata das suas propostas nos textos e recomendações sectoriais. Desse ponto de vista, a Jornada pode marcar uma nova forma do trabalho associativo.
Depois o facto deste evento ter permitido alargar a percepção colectiva sobre da situação actual da área da Informação e Documentação no nosso país, envolvendo na reflexão e no debate representantes das outras duas associações existentes.
Em 3.º lugar, a apresentação de um conjunto vasto de soluções para ultrapassar os problemas diagnosticados. Algumas delas representam vias inovadoras, podem marcar novos caminhos para a afirmação política e social dos profissionais de Informação e Documentação, para a implementação de uma estratégia de revitalização da BAD, novos modos de disponibilizar produtos e serviços, novas parcerias, etc. Contudo, tenho de reconhecer que, pessoalmente, o que mais me fascinou foi a possibilidade de trabalho conjunto das 3 associações em projectos transversais em torno da valorização profissão e do associativismo.
O encontro chamou ainda a atenção para a importância da convívio entre os profissionais e do papel que estas entidades podem ter, a este nível.
Por todos estes aspectos acho que vai haver um antes e um depois da Jornada da Nazaré.

NBAD – O que vai acontecer às conclusões? Como vai a direcção usar os dados recolhidos?
MJM – Não tenho uma percepção bastante clara das conclusões, e julgo mesmo que algumas podem de certa maneira aparecer até como contraditórias, pelo que me parece necessário que não sejam vistas realmente como tal, pelo menos antes de se proceder à sua análise cuidada.
Orientar a intervenção política e social cabe, em princípio, à Presidente da Associação, coadjuvada é certo pelo Conselho Directivo Nacional, pelo que será apropriado aguardar que, da análise destes multifacetados contributos, venha a surgir a eventual alteração estratégica que se justificar.
Transcorridos menos de 3 meses de mandato, tendo que fazer face a gravíssimas dificuldades financeiras e ao estudo dos variadíssimos dossiers que aguardavam o novo CDN, será justo dar-lhe algum tempo para preparar as medidas que considere prioritárias, ao mesmo tempo ousadas e prudentes, pois sei que há certos caminhos que não têm regresso, na vida de uma instituição que já conta 38 anos e que ajudei a fundar…
PP – Espero bem que possam muitas delas ser implementadas e que a Direcção da BAD as aproveite, dando sinais de reconhecer as vantagens da reflexão alargada e da participação colectiva numa Jornada como esta. Pessoalmente penso ter ocasião de ir alertando a Direcção para essa necessidade e de colaborar na aplicação das conclusões. Se todos tivermos posturas mais interventivas, vai ser mais fácil provocar as mudanças que se impõem

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