O ser humano e tudo o que daí deriva, não pode viver isolado. A humanidade foi-se construindo ao longo dos séculos na partilha de conhecimentos, de experiências, de ideais e essa partilha foi determinante para o progresso dos povos e do seu bem-estar.
A importância da realização do XIII Encontro de Bibliotecários de Leitura Pública vem nesta linha de pensamento. Sozinhos, somos frágeis, em grupo somos mais fortes e a construção da Rede de Leitura Pública segue na sua essência esta ideia.
Verificamos todavia que a Rede está fragilizada. Muitas das suas partes estão isoladas o que quer dizer que está descontinuada. Penso que é urgente tomar consciência desta fragilidade que nos torna vulneráveis.
O que nos levou a este ponto? Terá a Rede existido? Ou é apenas uma intenção? Poderemos discorrer sobre o que é uma rede. O que é uma rede? Uma rede é um entrelaçar de fios. Quanto mais fortes forem esses fios, mais consistência terá essa rede.
Ora quando pensamos na possível Rede de Leitura Pública o que constatamos é que muitos fios são demasiado frágeis e assim, a Rede torna-se também frágil.
Verificamos ainda que há zonas da Rede onde os fios são fortes e noutras há muitos fios demasiado finos, o que desequilibra a sua consistência.
No entanto concluímos que uma Rede forte beneficiaria todos os seus fios. Que fazer?
Outra questão que poderemos colocar nesta reflexão é o que faz um fio forte? Serão os edifícios? Os modernos equipamentos de acesso à informação? O fundo documental atualizado e diversificado? Serão os leitores? A liderança do bibliotecário e a sua capacidade de trabalho? O interesse dos políticos? Será tudo isto?
É uma questão muito complexa para a qual os Bibliotecários saberão encontrar as estratégias mais adequadas através da reflexão e da discussão de inúmeros pontos de vista sobre as mais variadas questões que a gestão ou pseudo gestão, mas sempre gestão de uma biblioteca impõe.
Para terminar gostaria de deixar aqui uma última ideia. A dinâmica dos fios que constituem a Rede é fundamental e para tal é absolutamente necessário que todos estejam conscientes dessa realidade. No entanto os fios só por si não conseguirão ter sucesso, na medida em que muitas e complexas situações os ultrapassam e os condicionam. A articulação das Redes dentro da Rede necessita de elos mais fortes e aí estão sem sombra de dúvida os executivos camarários e o governo central através do organismo que tutela a Rede Nacional.
Margarida Custódio Fróis