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Gaspar Matos
Do encontro de Cascais trouxe estes pensamentos, muitos deles felizes:

 

  • Cada vez se trabalha melhor nas Bibliotecas Públicas Portuguesas;
  • Os que lá trabalham estão interessados em falar, ouvir falar, debater (seriam quase 300, na sexta; 140, sábado);
  • Faz-se muito com poucos recursos o que, não sendo propriamente bom sinal, é prova de resiliência;
  • Falou-se muito dos últimos anos com a vantagem de, a essa luz, se ter analisado presente e perspetivado futuro;
  • Os políticos deram a cara: para o bem, para o mal e para o assim-assim;
  • Foi a DGLB – desta vez não nos podemos queixar de orfandade, face ao poder central –, que congregou esforços e vontades para que o Encontro se realizasse;
  • Vim sem ouvir o Calixto, mas tinha a firme esperança que “a página infinita da internet” me traria as suas palavras. Assim foi;
  • Sai com o mesmo pensamento com que tinha chegado na sexta-feira, mas que não se confunda com menos-valia: o problema parece-me mais civilizacional do que outra coisa;
  • Trabalhamos em equipamentos solidários, coletivos e abertos, quando a sociedade é cada vez mais egoísta, individual e fechada;
  • À medida que nos formos colocando todos (Estado, Comunidade, Indivíduo) no devido lugar (e a humanidade tem esses espantosos mecanismos de autocorreção), a Biblioteca será, novamente, essencial à manutenção de uma sociedade saudável. E símbolo da mesma;
  • A nossa função, agora, é assegurar que as Bibliotecas não se tornem bodes expiatórios do que quer que seja e que os serviços se mantenham a funcionar o melhor possível e, se possível, cada vez melhor (existe engenho e arte para tal, e desculpem-me o pleonasmo-cambalhota);
  • Não tenho dúvidas: as bibliotecas são equipamentos de futuro, quando lhes diagnosticam doenças terminais que têm o passado como sintoma. Errado;
  • Temos de gostar mais de nós próprios e do que fazemos. Mais do que os números, a nossa atitude;
  • Entrei no carro e voltei à marginal. Ri-me sozinho, boa parte do caminho. Não me saia da cabeça os tais 140, todos de bacia de barbeiro na cabeça. Quixotes, todos;
  • A cafeína do coffee-break era má. Só isso me desagradou.

Gaspar Matos

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