No terceiro dia do Congresso da IFLA o ritmo das apresentações é alucinante. Para além de ser difícil seleccionar o que ver, onde e a que horas, torna-se ainda mais complicado organizar as deslocações entre as diferentes salas e o início das sessões. Afinal, no Congresso da IFLA muita coisa acontece em simultâneo!
Ao longo de todo a manhã a sessão 118 – Friends or Foes: public and school libraries a force for change for creating smart communities – apresenta oito experiência de trabalho de cooperação entre bibliotecas públicas e bibliotecas escolares. Apesar das experiências serem de diferentes países e até continentes (Finlândia, França, Noruega, Canadá, Argentina, China e Namíbia) as questões, dúvidas e problemas são muito próximos: tutela, públicos, serviços, operacionalização de conceitos e perfis de profissionais (Bibliotecários/Professores). No entanto, todos os relatos insistiram no facto desta cooperação ser essencial para ambas as tipologias de bibliotecas e de extrema importância ao desempenhar um papel essencialmente no desenvolvimento intelectual e cívico dos alunos e na constituição de uma comunidade coesa que interligue a escola, a família e a(s) biblioteca(s).
Consultar as comunicações em: http://conference.ifla.org/ifla78/session-118
Ainda antes de um rápido almoço houve tempo para acompanhar a fase final da sessão 121 – Libraries today and tomorrow: a force for change in our transforming societies? — President’s Theme Session. Nesta sessão coordenada pela Presidente da IFLA (Ingrid Parent) é discutido o tema presidencial do mandato da presidente da Federação, sendo que os contrinutos recolhidos através dos participantes serão inseridos nos relatórios anuais da IFLA (Trend Reports). Esta sessão utilizou o formato das mesas redondas, intercalando sessões teóricas com discussões entre os participantes que no final entregam os seus contributos ao coordenador.
A tarde começa com a sessão 141 – Potential of knowledge management in public libraries: Knowledge Management – para numa sala com mais de 200 pessoas e com alguns colegas de pé ao funda da sala, ouvir falar sobre Gestão do Conhecimento em Bibliotecas Públicas. A sessão inicia-se com uma conferência de Claudia Lux que falou sobre as diversas formas como a Gestão do Conhecimento está/pode estar presente nas Bibliotecas Públicas. Ursula Georgy e uma colega da Finlândia fizeram duas comunicações relacionadas com a representação do conhecimento; a primeira numa perspectiva mais teórica e conceptual e a segunda de uma forma mais prática, através de um projecto realizado numa Universidade. Ainda nesta sessão um colega grego não pode fazer a sua apresentação no Congresso sobre um enquadramento socioeconomico da Gestão do Conhecimento, porque no último momento a sua instituição não pode apoiar a sua vinda, em virtude da situação económica do país.
A sessão contínua com uma excelente apresentação da autoria de uma colega norte-americana que nos dá conta de um projecto de promoção da leitura e das literacias realizado com jovens em Washington. Através da criação de um website baseado num programa de rádio e num conjunto de actividades que ligam o livro, a leitura, as literacias e o trabalho feito com a comunidade, foi possível criar laços entre os jovens e a biblioteca. O sucesso deste projecto permitiu ainda obter apoio estatal para a elaboração de um programa juvenil de promoção da leitura e das literacias.
Consultar as comunicações em: http://conference.ifla.org/ifla78/session-141
Bruno Duarte Eiras
em Kampen, Helsínquia
[Nota: Este texto não refere a totalidade das apresentações realizadas no Congresso, mas apenas um resumo das sessões assistidas e dos pontos que me pareceram mais interessantes.]