Compara a pertença a uma associação com a integração numa orquestra e a criação de uma obra comum. Aos 42 anos, é com os jovens profissionais que Miguel Correia mais se identifica, apelando a que não se calem e que participem na sua associação. Apesar (ou talvez precisamente por causa) das suas competências tecnológicas, acredita que as bibliotecas são os “pilares do conhecimento, da democracia e da cidadania”.
Há quanto tempo é associado da BAD?
Desde 2011.
Quais as razões que o levaram a associar-se?
Talvez fruto da minha experiência profissional anterior, sempre acreditei no valor do trabalho colectivo. Quando, pela primeira vez, participei num concerto com uma orquestra percebi que tudo estava interligado e que o esforço individual de todos os músicos no palco resultava numa obra única em conjunto. Associar-me a uma estrutura que me representasse profissionalmente pareceu-me ser o passo natural a dar.
Ao longo de tempo, de que forma considera que a BAD contribuiu para a sua vida profissional?
Tem contribuído, sobretudo, no desenvolvimento da minha formação. Os cursos de formação contínua, seminários, encontros, congressos e, mais recentemente, os webinares, têm reforçado as minhas competências e colmatado as minhas lacunas. Por outro lado, foi através da BAD que conheci outros colegas, com quem pude trocar experiências e conhecer o trabalho que desenvolvem. Destas relações humanas, estreitam-se naturalmente redes profissionais e criam-se laços de amizade.
Como encara o associativismo, sobretudo nos dias de hoje?
O associativismo é, por definição, a expressão de um trabalho conjunto e de participação numa comunidade. Infelizmente, há cada vez mais a tendência para trabalharmos de forma isolada e intramuros, sem uma perspectiva transversal e global. É por isso que é tão importante manter o espírito associativo vivo, que tem necessariamente de ser um espírito de missão e de participação activa.
Que mensagem gostaria de deixar aos novos profissionais da área da Ciência da Informação relativamente ao associativismo?
A experiência associativa é muito enriquecedora para quem começa agora a trabalhar na área BAD. A minha mensagem para os novos profissionais é de incentivo para que apareçam e se façam ouvir. Que participem nos eventos da BAD e que através do seu envolvimento na qualidade de associados possam contribuir para que a BAD possa ser mais representativa e que tenha mais força na defesa dos profissionais de Informação e Documentação. Naturalmente, que esta mensagem é igualmente extensível aos profissionais mais “antigos”.
Nota biográfica
Miguel Mimoso Correia nasceu em 1972, é licenciado em Ciências Musicais pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e concluiu o Curso de Especialização em Ciências da Documentação e Informação pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Trabalhou desde 2008 no Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa do Instituto Politécnico de Lisboa (IPL), onde foi responsável pela gestão do Repositório Científico do IPL. Actualmente desempenha funções no Serviço de Difusão, Projectos e Cooperação da Divisão de Colecções Especiais na Biblioteca Nacional de Portugal. Acredita que há vida para além do Google e que nas Bibliotecas podem-se encontrar os pilares do conhecimento, da cidadania e da democracia.