O Dia Internacional dos Arquivos foi instituído pela Assembleia Geral do CIA – Conselho Internacional de Arquivos, realizada no Québec, em novembro de 2007. Foi escolhida esta data por ter sido precisamente a 9 de junho de 1948 que a UNESCO criou o CIA.
Desde então os arquivos, especializados ou integrados nas respetivas organizações, têm aproveitado para comemorar a data e para divulgar os seus acervos e serviços.
No dia 9 de junho de 2021 a Rede de Arquivos do Alentejo – Distrito de Évora organizou a 4ª Edição da “Festa dos Arquivos” com atividades realizadas pelo Arquivo Municipal de Estremoz, pelo Arquivo Distrital de Évora e pelo Arquivo Municipal de Évora. A RAA-DE decidiu criar a “Festa dos Arquivos” em 2018 no quadro da estratégia de salvaguarda e valorização dos arquivos associativos.
Esta iniciativa cultural procurou, desde o primeiro momento, envolver as coletividades através da reconstituição de iniciativas que estas já tivessem concretizado no passado, de modo a que conheçam o seu próprio património arquivístico e que fiquem sensibilizadas para a necessidade de o tratarem e disponibilizarem ao público para os mais diversos fins, inclusivamente, para a produção de estudos históricos e para a fruição cultural. Em 2018 foi mesmo possível efetuar a reconstituição, pela Banda Filarmónica Luzitana, do concerto de inauguração da Estação de Caminho de Ferro de Estremoz (Ameixial), em 1873. Nos anos seguintes organizaram-se programas conjuntos de atividades em vários concelhos do Distrito de Évora, nos quais constaram iniciativas como exposições e publicações de documentos, de roteiros de fontes e de catálogos on-line.
A abertura dos arquivos à sociedade, através da “Festa dos Arquivos”, tem sido determinante para alguns arquivos municipais. Esses arquivos, desde 2018 até hoje, conseguiram levar a efeito, consoante os casos, a identificação, a recolha, o tratamento e a disponibilização de arquivos de coletividades do seu concelho, com benefícios para estas e para os utilizadores, que assim passaram a poder consultar a documentação. Para além das coletividades, houve algumas juntas de freguesia e misericórdias que abriram as suas portas aos arquivistas municipais para que estes inventariassem os seus arquivos e, a breve trecho, para que os digitalizem, inclusivamente por intermédio de protocolos celebrados com a Family Search.
A “Festa dos Arquivos” tem sido um momento de celebração da memória coletiva em geral e das coletividades em particular. E, simultaneamente, tem constituído uma oportunidade para aproximar os arquivistas desse universo, permitindo-lhes empreender trabalhos que asseguram a salvaguarda e o acesso a um património arquivístico, distribuído pelo território, com grande relevância para as comunidades locais.
Pelo seu alcance, a “Festa dos Arquivos” pode ser facilmente replicada noutras regiões do País, sugestão que deixamos a todos quantos leem este texto.
Jorge Janeiro