Este mês de outubro, celebra-se o Mês Internacional da Biblioteca Escolar (ISLM), uma celebração anual das bibliotecas escolares em todo o mundo.
O tema de 2021 é “Contos de Fadas e Contos Tradicionais de todo o Mundo” e centra-se na temática da Conferência Anual da International Association of School Libraries, intitulada – “A Rich Tapestry of Practice and Research around the World”, em português, “Uma Rica Tapeçaria de Prática e Pesquisa em todo o Mundo”.
As Bibliotecas Escolares assumem-se no contexto da pandemia da Covid-19, como verdadeiros espaços de saúde e bem estar socioemocional e físico, onde, nas palavras do bibliófilo Alberto Manguel , os leitores sabem que cada livro, «nas mãos certas é um talismã para ultrapassar adversidades».
Atrevo-me a afirmar que, sem Bibliotecas, livros e leitura ninguém pode ser feliz. Ler é um ato importante e fundamental para a saúde mental e física. Através da leitura, as crianças e jovens entram no mundo da fantasia e do imaginário dos livros, possibilitados pelas histórias de fadas, poções e fórmulas mágicas, histórias de princesas, príncipes encantados, reis, rainhas, castelos, bruxas, ou mesmo, lendas, contos folclóricos e contos populares.
Os contos populares fazem parte de um universo cultural, conhecido como a literatura oral, de que se incluem as crenças, os costumes e as tradições de um povo. São narrativas breves, que procuram por meio de histórias fictícias ou verídicas, entreter e educar que os lêem ou ouvem.
Segundo o linguista e pedagogo Adolfo Coelho (1847-1919), nos seus Contos Populares Portugueses, dada à estampa em 1879, no ano de 1846, numa carta publicada no jornal Athenaeum, de Londres, subscrita por Ambrose Merton (pseudónimo do arqueólogo inglês William John Thoms), aparece pela primeira vez a palavra Folk-Lore – a «sabedoria do povo», enquanto, disciplina que estuda materiais da cultura espiritual e tradição oral, como crenças, costumes e tradições arcaicas.
Em suma, podemos afirmar que é graças aos contos de fadas e contos folclóricos que nos foi possível entrar no mundo do imaginário e das tradições – «que o digam as crianças de todas as idades – em todas as árvores estar escondido um anão que nos revela o segredo da vida, e qualquer peixe trazer na boca a chave do tesouro que buscamos; e que fizeram da sua aparição no imaginário das letras portuguesas a Gata Borralheira, a Carochinha, as fadas e os magos, as bruxas e os gigantes, as Rainhas más e os Príncipes Encantados, as laranjas de ouro e as palavras mágicas, as varinhas de condão e os palácios no fundo do mar onde o tempo é abolido, as pedras que falam e as tripeças que dançam – o maravilhoso» (Adolfo Coelho – Contos Populares Portugueses, prefácio de Ernesto Veiga de Oliveira. Lisboa : Publicações Dom Quixote, 1985, p. 39).
Para entrarmos no mundo do imaginário, dos Contos de Fadas e dos Contos Tradicionais, deixo de seguida, diversas sugestões de leitura no âmbito da temática do Mês Internacional das Bibliotecas Escolares de 2021.
SUGESTÕES DE LEITURA NO MÊS INTERNACIONAL DA BIBLIOTECA ESCOLAR
“Contos de Fadas e Contos Tradicionais de todo o Mundo”
Nota: O cartaz e marcador de livros deste ano foram criados por Chhavi Jain, da Índia, com créditos de Ausrine, da Lituânia; Rudhar, da Índia; Chui, da Malásia; Ema, da Croácia.
Ana Margarida da Costa, Bibliotecária