No âmbito da 14ª edição do Congresso Nacional BAD o Grupo de Trabalho Sistemas de Informação em Museus (GT-SIM) vai realizar mais uma das suas reuniões abertas com o mote: “O que dizemos quando dizemos Descolonizar?”
O tema da ‘descolonização’ entrou em força nas BAM (Bibliotecas, Arquivos e Museus) nos últimos anos e é incontornável no nosso país, herdeiro de um passado colonial quotidianamente presente.
A utilização do conceito, contudo, parece não estar a ser acompanhada por uma reflexão sobre a sua definição e implicações nas práticas das BAM na relação com os seus públicos. O que dizemos quando dizemos que queremos ‘descolonizar’ as instituições de memória? Que discurso queremos construir na relação entre o nosso passado e o presente multicultural que molda as entidades onde trabalhamos? Em que é que isso se reflete na prática da gestão de informação e documentação?
O passado colonial de Portugal não é apenas responsável pela existência de ‘coleções coloniais’ nas BAM, cuja interpretação e contextualização coloca inúmeros desafios, da divulgação à polémica restituição. Somos herdeiros também de um discurso e de uma cultura eurocêntrica sobre a qual devemos refletir na perspetiva da construção da memória futura através da nossa prática de gestão de informação e documentação. Não menos importante, o passado colonial de Portugal é ainda responsável por boa parte da multiculturalidade que define as comunidades que servimos.
Nesta tripla perspectiva, importa refletir sobre o que queremos dizer quando usamos o verbo ‘descolonizar’ e que ações são possíveis nas instituições de memória e nas suas práticas documentais.
Partindo de experiências concretas de instituições de memória com temática e coleções ‘coloniais’, a reunião aberta do GT-SIM será uma tertúlia de profissionais para profissionais sobre o tema da ‘descolonização’ das BAM em Portugal no contexto das ações dos profissionais da informação e documentação.
Rita Gaspar e Juliana Rodrigues Alves, do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, e Patrícia de Jesus Palma, do Museu de Lagos, foram convidadas para abrir o debate que se espera ser um ponto de partida para uma discussão em que continuamos a demonstrar o que é o lema do nosso grupo de trabalho: ninguém sabe mais que nós todos juntos!
Vemo-nos em Faro?
Data: 3 Maio 2023 | 18:30
Local: Universidade do Algarve | Campus de Gambelas | Complexo Pedagógico (Edifício 4)