No âmbito do 14.º Congresso BAD ocorreu, no dia 4 de maio, o painel designado Bibliotecas out of the box: competências de profissionais de informação para o desenvolvimento de serviços inovadores.
Este painel contou com intervenções de vários colegas, que presencialmente ou através de vídeo, testemunharam a sua paixão pela profissão e ilustraram, pela sua narrativa, percursos profissionais com pontos comuns a todos nós, profissionais de informação:
Maria José Carvalho (Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra); Liliana Gonçalves (Serviços de Documentação do Instituto Politécnico de Leiria); Susana Silvestre (Câmara Municipal de Lisboa); Nuno Marçal (Bibliotecário-Ambulante/ Biblioteca Municipal Proença Nova); Augusto Ribeiro (Unidade de Gestão da Documentação e Informação, UPdigital Universidade do Porto); Maria João Amante (Biblioteca Passos Manuel da Assembleia da República)
Ao longo de hora e meia, foram sendo lançadas algumas questões de reflexão, nem todas de aceitação unânime, de que resultou um conjunto de ideias-chave sobre a temática debatida. A ideia central foi que inovar é adaptarmo-nos à comunidade e trabalhar em cooperação e em rede e que a cocriação, pressupondo a partilha de recursos, contribui para a democratização da sociedade. Nessa linha de raciocínio, os bibliotecários não podem ser neutros, têm de ter posições próprias, consentâneas com os espaços de liberdade onde desenvolvem a sua atividade. Para inovar, a criatividade é essencial pelo que os problemas com que a profissão se defronta devem ser entendidos como desafios e os profissionais devem fazer uso do pensamento crítico como principal ferramenta. Também aprender com o outro, através da integração em equipas multidisciplinares e a existência de lideranças fortes, capazes de acreditarem em si e em quem trabalha consigo, são fatores decisivos. Foi ainda recorrente a referência a três características básicas do profissional feliz: a resiliência, a empatia e a humildade.
O momento contou também com a colaboração ativa do público. Foi lançado o desafio de reflexão a partir de um breve questionário online.
A motivação foi considerada, pela audiência, o elemento mais relevante para a definição de serviço inovador. 84% dos respondentes afirmaram ter contribuído, ao longo do seu percurso profissional, para a criação e/ou desenvolvimento de serviços inovadores. Os restantes não o fizeram porque a sua biblioteca não é out of the box (43%) ou porque na sua instituição não lhe é permitido participar na definição de serviços (32%). Relativamente ao grau do contributo da formação de base para a criação e/ou desenvolvimento de serviços inovadores, a média situa-se em 6,69 (numa escala de 0 a 10) e 53% dos colegas conhecem formação contínua que pode promover a aquisição de competências neste domínio. Na última questão do inquérito (aberto a todos os profissionais de informação, apesar da referência particular às Biblioteca por ser o objeto do painel) foi pedido que, numa palavra – desafio difícil- definissem o perfil do profissional desejado. Com as respostas, construímos a seguinte nuvem de palavras, que ilustra a diversidade de oportunidades que a profissão que nos une e apaixona nos oferece!
Nuvem de palavras referente à última pergunta do questionário
(Numa palavra defina qual deve ser o perfil do profissional de informação?
Sabemos que é um exercício difícil! Vamos tentar?)
Consideramos ter sido um momento enriquecedor em que, num estilo genuíno e descontraído, foram partilhados pelos oradores e pelo público, percursos e ideias sobre ser bibliotecário, que nos deixou algumas ideias de caminhos para a profissão
Ana Inácio e Diana Silva, proponentes do painel