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A exposição de Maria a Mulher resulta de um trabalho de investigação e curadoria profundamente enraizado no arquivo. Através da exploração de documentos oficiais do Ministério da Justiça, legislação, imagens de época e dados estatísticos, esta exposição constrói uma narrativa sobre as transformações vividas pelas mulheres portuguesas após o 25 de Abril de 1974. Ao fazê-lo, evidencia como o arquivo não é apenas um lugar de memória, mas um espaço de ativação do pensamento crítico e de promoção da cidadania.


No âmbito das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos, torna-se particularmente simbólico inscrever esta exposição na Semana Internacional de Arquivos. É no arquivo que se preservam os rastos das lutas sociais e políticas que moldaram o nosso presente. É também no arquivo que encontramos os instrumentos para compreender o passado e projetar futuros mais justos. A exposição propõe, assim, um olhar documentado e comprometido sobre o percurso das mulheres portuguesas na conquista dos seus direitos, num diálogo entre memória institucional e memória coletiva.


O título, de Maria a Mulher, reflete a transição de um tempo de invisibilidade e silêncio — onde “Maria” era sinónimo de anonimato e submissão — para uma era de voz ativa, pluralidade e afirmação do sujeito político feminino. Estruturada em três núcleos — “Direito a Matar”, “Trabalhar por Direito” e “Aborto: um Direito?” — a exposição percorre temas estruturantes da condição feminina em Portugal, sublinhando tanto os avanços legislativos e sociais como as resistências persistentes.


A inscrição desta exposição na Semana Internacional de Arquivos não pretende apenas celebrar o arquivo enquanto fonte e fundamento desta iniciativa. Pretende também reforçar o seu papel enquanto ferramenta viva de questionamento e intervenção pública. Para assinalar esta semana, organizamos visitas guiadas à exposição, abertas ao público, como forma de promover o diálogo intergeracional, partilhar conhecimento e valorizar o papel dos arquivos na construção da memória democrática.

de Maria a Mulher é, assim, um convite à leitura crítica do passado recente, sublinhando a importância de manter viva a memória das lutas pelos direitos das mulheres — porque os direitos conquistados não são irreversíveis, e o arquivo é um aliado essencial na sua preservação e renovação.

Maio a Junho de 2025, 10h – 19h
Espaço Justiça, Praça do Comércio, Lisboa

Descarrgue aqui o cartaz!

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