Assinalando o Dia Internacional dos Arquivos, realizou-se no dia 9 de junho de 2015, no auditório do Arquivo Distrital de Leiria, o 5º Encontro de Arquivos Empresariais, subordinado ao tema “Arquivos Empresariais: assim como fizeres, assim acharás”. Este evento teve como principal objetivo sublinhar a importância das boas práticas de gestão da informação para o aumento da eficiência e da competitividade das empresas e afirmar simultaneamente a importância dos arquivos de empresas para a construção da memória social e económica.
O Encontro foi organizado, conjuntamente, pelos Grupos de Trabalho de Arquivos Municipais (GTAM) e de Gestão de Documentos de Arquivo (GTGDA) da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas (BAD).
Após a sessão de abertura, realizada pela Diretora do Arquivo Distrital de Leiria, Paula Cândido, Dulce Correia, membro do CDN/BAD, fez uma apresentação do movimento “Cultura em Luta” e da próxima intervenção político-social da BAD”. Seguiu-se o painel I, onde se fez o enquadramento legal das políticas de salvaguarda e aquisição do património das empresas e se referiu a necessidade da implementação de boas práticas de gestão documental, designadamente através da utilização do MoReq. No segundo painel “Produtores e recolectores”, foram apresentadas interessantes comunicações sobre casos práticos de arquivos de empresas, salientando as diversas formas de divulgação do património arquivístico das mesmas, quer seja em Centros de Documentação, Museus Industriais, Casa Museu, portais web ou através de exposições temporárias ou permanentes).
No terceiro painel, representantes de Câmara Municipais, trouxeram-nos casos de sucesso de tratamento, acessibilidade e divulgação de arquivos de empresas extintas, do sector público e do privado, que foram integrados nos arquivos e museus municipais, nomeadamente: Barreiro, Lisboa e Seixal, destacando-se o Programa de Recuperação de Arquivos e Documentos de Interesse Municipal (PRADIM), levado a cabo pelo Arquivo Municipal de Cascais.
Dando continuidade aos trabalhos, seguiu-se um caloroso debate sobre o presente e o futuro dos arquivos empresariais, onde representantes de várias empresas, professores e arquivistas, sublinharam que os arquivos de empresas não são apenas memória, mas, acima de tudo, matéria-prima para o desenvolvimento das localidades onde se encontram e que são decisivos para o conhecimento do tecido empresarial do nosso país. Foram ainda destacadas algumas questões, tais como: a necessidade, há muito sentida, de se realizar a identificação e diagnóstico da situação dos arquivos empresariais, para depois definir prioridades; a necessidade de legislação sobre a matéria, nomeadamente, no caso do património das empresas extintas e em situação de falência; a necessidade de reforçar a aproximação entre os arquivos distritais, municipais e as empresas; a necessidade de definição de critérios objetivos de como avaliar, selecionar e eliminar os documentos destas empresas; a necessidade de contratar técnicos especializados.
Na sessão de encerramento, Isabel Salgueiro e Pedro Penteado, coordenadores dos grupos que organizaram este Encontro, frisaram a necessidade de dar continuidade a estes eventos, assumindo o compromisso de num próximo encontro se dar prioridade à discussão da temática da gestão da informação nas empresas.
Natália Antónia, GT-AM