Há quanto tempo é associado da BAD?
Sou associado efetivo da BAD desde outubro de 2012.
Em três adjetivos como tem sido esta “relação”?
Desafiante, motivadora e capacitante.
Numa frase, como convenceria alguém a associar-se à BAD?
O associativismo é uma das mais importantes formas de fazermos parte da construção e da defesa do nosso ofício; acresce que, no caso dos profissionais das Bibliotecas Públicas, não fazer parte da BAD é a antítese do que procuramos fazer nos nossos locais de trabalho que é construir e apoiar comunidades, portanto, comecemos por nos envolver na nossa própria aldeia profissional.
Como associado, o que a BAD ainda não tem para lhe oferecer?
Gostaria que a BAD tivesse uma orientação mais diversificada no que respeita à memória dos que nos marcaram pelo seu exemplo e que são, pela ordem natural das coisas, inspiração para os atuais e futuros profissionais. A esse respeito recordo figuras como Joaquim Figueira Mestre e Isabel Sousa – entre outros, e falando apenas de bibliotecários -, que penso serem dignos de outro destaque pelo que fizeram em prol das Bibliotecas Públicas nacionais.
Que mensagem gostaria de deixar aos novos profissionais relativamente ao associativismo?
Neste período de mudança acelerada e de transformações e convulsões mundiais de todo o género as ferramentas tecnológicas e a forma como nos deixamos envolver por elas dão-nos, muitas vezes, a sensação de que estamos a participar; poderemos estar a fazê-lo, à distância e via ecrã, mas desafio os novos profissionais a tornarem-se associados e a, por exemplo, se inscreverem no próximo congresso: garanto-lhes que, seja num auditório ouvindo uma apresentação e discutindo-a no período de perguntas e respostas seja – acima de tudo – à volta de uma mesa de café, a beberem um copo e a conversarem e rirem com outros colegas ao mesmo tempo que tomam nota de outras realidades, e fazendo até novas amizades… pois será então que perceberão que o associativismo, a presença, o olhar olhos nos olhos, a conversa frontal, o estarmos juntos, tudo isso é o que faz de nós gente. E gente mais capaz, mais solidária e, no fundo, bem mais feliz.
Nota Biográfica
Com um passado ligado à banca desde 1997, Gaspar Matos redireciona a sua atividade profissional para a Cultura e Educação em 2005, nas Bibliotecas Municipais de Oeiras, aí se mantendo até 2009; nesse ano assume a direção da Biblioteca de Sines e, em 2011, a coordenação do Serviço de Cultura da CM de Sines até 2015 (com responsabilidades associadas ao Centro de Artes de Sines, ao Festival Músicas do Mundo e à estratégia de Turismo Industrial desse município).
Em 2016 transita para a Biblioteca da Faculdade de Psicologia e do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, trabalhando as áreas de formação, comunicação e atendimento. Foi, desde 2018, Chefe da Divisão de Bibliotecas e Equipamentos Culturais da Câmara Municipal de Oeiras e é, desde 2020, Chefe da Divisão de Bibliotecas e Promoção da Língua do mesmo município.
Detém o Curso de Técnicos Profissionais de Biblioteca, é licenciado em Marketing e Pós-Graduado em Ciências da Documentação e Informação. Fez parte do Grupo de Trabalho para as Bibliotecas Públicas da Associação Portuguesa de Bibliotecários (BAD) e, para além da formação que ministra nessa associação, é também formador no Centro Pedagógico do Jardim Zoológico de Lisboa, sendo acreditado pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua do Ministério da Educação. Tem várias apresentações a congressos, artigos de opinião e recensões relativas à realidade biblioteconómica.