No âmbito da celebração do 20º aniversário da criação do Programa Memória do mundo, a UNESCO organiza uma conferência internacional intitulada “Memória do mundo na era digital: digitalização e preservação”, de 26 a 28 de setembro de 2012 em Vancouver, Colômbia britânica, Canadá, que visa explorar os principais desafios que tocam a conservação do património documental digital.
A conferência deveria permitir elaborar estratégias que contribuem para uma maior proteção dos bens digitais e definir uma metodologia de aplicação que seria particularmente aplicável nos países em desenvolvimento. A conferência reunirá profissionais dos sectores do património documental, bem como membros de governos e da indústria das novas tecnologias, detentores de direitos e outros parceiros no sentido de avaliar os principais problemas que prevalecem, com o objetivo de propor recomendações práticas que assegurarão um acesso permanente ao património documental digital.
Embora o saber seja hoje principalmente criado e acessível graças aos meios da comunicação social digitais, isto pode revelar-se muito efémero e poderia provocar uma amnésia digital no caso de catástrofe natural ou de fracasso tecnológico. Apesar da adoção da Carta da UNESCO sobre a preservação do património digital em 2003, o risco de perda de fotografias, de registos musicais e vídeos, de serviço de mensagens eletrónico pessoal ou profissionais, de contactos, de ficheiros numéricos e qualquer outro documento importante ainda é demasiado desconhecido.
A informação digital detém um valor económico como produto cultural e como fonte de conhecimento. Este tipo de informação desempenha um papel essencial no desenvolvimento sustentável a nível nacional porque os dados pessoais, governamentais e comerciais são criados cada vez mais apenas sob forma numérica. Estes bens nacionais digitalizados constituem igualmente uma imensa riqueza para os países em causa e a sociedade em geral. O desaparecimento deste património geraria um empobrecimento económico e cultural e obstruiria o avanço do saber.
Assegurar a continuidade numérica do conteúdo pode ser superado apenas se uma série de obstáculos de ordem jurídica, tecnológica, social, financeira, política e outros são abordados. A conferência de Vancouver procura por conseguinte levar a cabo:
- o lançamento de iniciativas específicas ligadas à preservação digital e a promoção do acesso ao património documental graças à digitalização;
- a revisão da Carta de l’ UNESCO sobre a preservação do património digital;
- a identificação de quadros jurídicos e de soluções para facilitar a longo prazo a conservação digital;
- um acordo sobre a promoção e/ou o desenvolvimento de normas de troca;
- a definição dos respetivos papéis e responsabilidades dos parceiros e a elaboração de um modelo de cooperação.
A conferência está aberta todas as pessoas interessadas, em especial os cidadãos dos países em desenvolvimento, incluindo os profissionais, os universitários e as instâncias de decisão da indústria e do governo. Para mais detalhes, visite o sítio Web da conferência.
