Convencer em rede final 1

Nos últimos anos tem-se verificado um aumento da necessidade de partilha e reflexão de conhecimentos, boas práticas, estudos de caso pelos vários técnicos da área dos Arquivos, como é percetível através da constituição de Redes de Arquivos. Na sua essência, estas estruturas visam a valorização dos arquivos como sistemas de informação essenciais às organizações, tanto pela gestão e divulgação do património arquivístico, como pelo suprimir de dificuldades nos contextos e nas práticas arquivísticas.

No Grupo de Trabalho de Arquivos Municipais (GT-AM) este tema tem sido alvo de reflexão ao longo dos anos. Enquadrado num contexto de crescimento e desenvolvimento de projetos colaborativos em rede na área dos arquivos, de forma a promover o papel dos arquivos municipais enquanto garante da democracia e cidadania, o reconhecimento, capacitação e cooperação entre arquivistas municipais e a reflexão da gestão de informação no contexto nacional.

No Grupo de Trabalho surgiu a necessidade alargar esta reflexão aos técnicos dos arquivos municipais e como tal é assumido nos vários encontros realizados, destacamos o 12.º Encontro Nacional de Arquivos Municipais, realizado em Castelo Branco, em 2016, com o tema “Arquivos municipais: o que há de novo?”. Deste Encontro resultaram um conjunto de recomendações das quais destacamos a “promoção de redes, com participação do GT-AM, em cada distrito ou Comunidade Intermunicipal, tendo em vista a partilha de experiências e saberes entre arquivistas municipais”. Tendo por base estas recomendações, o GT-AM em 2017, realizou em Ponte de Lima, o 1.º Encontro Nacional de Redes de Arquivos, sob o lema “(Con)vencer em rede”, cujo o objetivo foi definir e estruturar estratégias comuns que permitem revelar a importância dos Arquivos e dos seus profissionais, para o funcionamento das instituições e para a comunidade.

Em 2019, nas conclusões do 13.º Encontro Nacional de Arquivos Municipais, realizado em Cascais, voltámos a reforçar que “… os desafios apresentados só poderão ser alcançados através de um trabalho colaborativo,…”, desta forma temos conseguido sensibilizar os técnicos na criação de redes.

Atualmente, a existência de Redes de Arquivos abrange a totalidade do território de Portugal Continental, alavancadas pela Rede de Arquivos do Alto Minho (2003) e a Rede de Arquivos do Algarve  (2010). Começam agora a constituir-se outras Redes, o que demonstra e reafirmar a necessidade premente o trabalho colaborativo na área do Arquivos em Portugal.

Para o GT-AM é importante a existência destas estruturas colaborativas que possam congregar não só os arquivos municipais, mas também outras entidades que tenham na sua organização competências e técnicos que desempenham funções nesta área.

No entanto, para que funcionemos como Rede é necessário o envolvimento de todas as entidades com competências e atribuições na área dos Arquivos Públicos e Privados, através da definição linhas de orientação na constituição das Redes de Arquivos e do seu acompanhamento nas dinâmicas específicas de cada região, tendo como princípios, entre outros:

  • Papel social e formativo dos Arquivos;
  • Realização de “boas práticas” arquivísticas;
  • Comunicação entre Arquivos, Técnicos e Organizações;
  • Promoção do conhecimento;
  • Reflexão sobre a realidade arquivística.

Da parte do GT-AM seremos um parceiro ativo, disponível para encontrar linhas de orientação e estratégias em prol da promoção e defesa destas estruturas colaborativas, que são as Redes de Arquivos.

O Grupo de Trabalho de Arquivos Municipais

Similar Posts