A reunião aberta do  Grupo de Trabalho Sistemas de Informação em Museus (GT-SIM) realizou-se no passado dia 3 de Maio no âmbito do 14ª Congresso Nacional BAD. 

Para abrir este diálogo sobre gestão de informação e documentação, o GT-SIM lançou uma provocação em forma de pergunta: Descolonizar dados. Como disse…? Partindo da definição da palavra colonização, e de outras da mesma família, procuraram clarificar-se conceitos e refletir sobre as consequências do seu uso.

Rita Gaspar e Juliana Rodrigues Alves, do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, agarraram o mote na sua apresentação Palavras importam. Uma revisão da base de dados pode incluir novas perspectivas? Refletindo sobre os desafios causados pela documentação das coleções de arqueologia e etnografia apresentaram interessantes propostas de compatibilização de diferentes terminologias associadas aos objetos no respeito pela contextualização e garantia de acesso à informação por uma ampla comunidade.

O Museu de Lagos, através da apresentação de Elena Morán, Patrícia de Jesus Palma e Rui Parreira, trouxe ao debate a Crónica literária e registo arqueológico: usos sociais da memória dos escravos negros em Lagos.  Começando pela apresentação do contexto histórico da escravatura negra nesta cidade algarvia, fomos conduzidos ao espaço museológico instalado na antiga vedoria, conhecida como “Mercado de Escravos”, e ficamos a saber da sua intervenção na comunidade, bem como da apropriação social e cultural que dele fazem os visitantes e os que apenas (?) passam à porta.

Descolonizar noticiaBAD

O debate com os presentes foi animado e confirmou que este é um tema incontornável nas nossas Bibliotecas, Arquivos e Museus (BAM). Sendo um tema sensível e mediático a responsabilidade dos profissionais de informação nas BAM deve ser assumida na reflexão sobre a definição dos conceitos e as implicações que estes têm na relação com os seus públicos. As palavras importam, a memória constrói-se no discurso e as ações das BAM tem um impacto social do qual não nos devemos alhear. 

Esta não foi a primeira iniciativa do GT-SIM na discussão do tema e certamente não será a última. Mantenham-se atentos e juntem-se a nós nesta discussão porque… ninguém sabe mais que nós todos juntos!

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