Há quanto tempo é associado da BAD?
Sou associado da BAD desde março de 1995, quando comecei a ter uma vida profissional e financeira mais estável. Contudo, acompanhei as suas atividades desde a minha fase de formação em Arquivística, mesmo antes da minha entrada na profissão. Comecei a formação em 1988, já licenciado, frequentando o antigo Curso de Técnicos auxiliares de arquivo, promovido pela BAD em colaboração com a APH – Associação de Professores de História. Foi através desde curso que comecei a trabalhar na Torre do Tombo, ainda como estagiário.
Quando entrei na Associação já estava a publicar o meu segundo artigo nos “Cadernos BAD”.
Ou seja, A BAD teve um papel essencial no meu início e na minha afirmação profissional.
Em três adjetivos, como tem sido esta “relação “?
É uma relação amiga, positiva, de colaboração e de participação, procurando contribuir para o engrandecimento e a visibilidade da BAD e dos profissionais da informação / documentação.
Na BAD sinto-me entre amigos que partilham uma visão da importância da informação e da documentação e dos seus profissionais na sociedade contemporânea e que têm vivenciado, nesse âmbito, múltiplas experiências em comum.
Nesta fase, gostava de dar ainda mais tempo à Associação e de me envolver com maior profundidade, mas reconheço que é difícil. Espero que tal possa ocorrer numa fase posterior….
Numa frase, como convenceria alguém a associar-se à BAD?
Costumo dizer aos meus alunos mais novos, na universidade, que a BAD dá-lhes a possibilidade de dar um salto qualitativo na sua carreira profissional. Num primeiro momento, se tiverem dificuldades financeiras, nem necessitam de se associar, podendo apenas integrar e participar nos grupos de trabalho, onde encontram o apoio de profissionais interessados e experientes. Há fantásticos exemplos recentes de jovens profissionais que assim se afirmaram melhor na profissão e que simultaneamente ajudaram a BAD a crescer e a ter uma ação mais eficaz.
Nunca é tarde, para outro tipo de profissionais que já estão no terreno, fazer também essa aproximação à BAD, não se deixando isolar ou “congelar” no tempo. A Associação tem múltiplas iniciativas online que permitem integrar quem exerce em regiões mais interiores do país. Estar próximo da BAD é a certeza que acompanha as novas tendências na área, valorizando-se constantemente.
Ao associarem-se, fortalecem também a BAD e a sua profissão.
Como associada, o que a BAD ainda não tem para lhe oferecer?
Não sou muito exigente com a BAD porque sei que em grande parte funciona com base no voluntarismo dos seus profissionais e que estes têm uma vida cada vez mais complicada nas organizações em que trabalham.
Gostaria, contudo, que a BAD incluísse na sua linha de publicações um conjunto de temas inovadores, com colaborações nacionais e internacionais, mesmo que “por encomenda”, porque isso obriga-nos a investigar e a abrir mais os nossos horizontes. Nos saltos qualitativos que dei, profissionalmente, esse olhar para o que os outros estão a fazer de novo e bem foi sempre importante.
Isto poderia ajudar também a BAD a marcar ainda mais a agenda dos seus profissionais.
Não é preciso olhar para muito longe para ver o que se pode fazer a este nível; basta analisar o que fazem os nossos colegas espanhóis em algumas das suas associações, como a ACAL ou a AAC, com quem tenho estado em contacto e que até têm interesse numa maior colaboração connosco.
Que mensagem gostaria de deixar aos novos profissionais relativamente ao associativismo?
Aproximem-se, participem e deixem-se envolver pela dinâmica de trabalho da BAD, principalmente nos grupos de trabalho, a que já aludi.
Dou o exemplo do Grupo de Trabalho de Gestão de Documentos de Arquivo (GTGDA), que dirigi com outros colegas durante anos. Ali pode-se aprender muito, participar, partilhar, crescer e há uma grande preocupação em encaminhar e fortalecer os novos profissionais.
A Associação acarinha os novos profissionais de tal modo que até instituiu um prémio para estes (Prémio BAD Maria José Moura – categoria Jovem Profissional).