1porcentoNo passado dia 14 de Maio, a BAD esteve representada numa reunião do Manifesto em defesa da Cultura, que decorreu na Casa do Alentejo, com a participação de várias entidades de relevo nas diversas áreas da actividade cultural: associações representativas, sindicatos, estruturas de produção nas áreas da criação e produção artística, da conservação e gestão do património histórico e arqueológico, do associativismo cultural, da defesa dos direitos dos trabalhadores da cultura, e outras, onde se propôs a realização de uma acção de afirmação forte em defesa da cultura e dos direitos culturais dos cidadãos portugueses, por uma outra política para a cultura.

Neste encontro ficou definida a organização de uma ação conjunta designada Dias da Cultura em Luta, que reunirá diversas entidades da área cultural, sendo a primeira vez em muitos anos que a exigência de uma política alternativa para a cultura mobilizará associações, federações, estruturas de produção e sindicatos.

Perante o quadro atual do sector cultural, e em ano de eleições legislativas, as forças da cultura em luta devem dar um sinal forte e claro em favor de outra política para a cultura: pela obrigação do Estado na salvaguarda do direito constitucional à participação de todos na vida cultural, direito à criação e à fruição; por um serviço público de cultura em todo o território nacional; por políticas efectivas de defesa da produção nacional; em defesa do vasto património que está à nossa guarda; pelo trabalho com direitos na cultura; em defesa do valor sem preço da cultura, recusando a sua mercantilização generalizada; por 1% do PIB para a cultura, valor digno e exigível na defesa da liberdade e diversidade culturais.

Esta acção enquadra-se e é motivada por uma situação de prolongada crise da actividade cultural e do tecido social que a dinamiza. Esta crise tem origem numa longa série de opções de sucessivos governos por políticas de desprezo pelo papel vital da cultura no corpo da sociedade e da democracia, de grosseiro sub-financiamento e desorganização das funções culturais do estado, de aguda mercantilização e privatização de bens e funções públicas, de ataque à dignidade do trabalho cultural e artístico, e do incumprimento da Constituição da República Portuguesa no que toca às responsabilidades do Estado em prover os meios que garantam o acesso dos cidadãos à criação e à fruição.

Sendo a BAD uma das associações que subscreve este Manifesto e estando empenhada no sucesso da iniciativa Dias da Cultura em Luta, brevemente divulgará o programa detalhado desta ação, apelando também à participação e mobilização e todos quantos trabalham na área cultural.

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