Conceição Serôdio

Museu do Trabalho Michel Giacometti, Setúbal
Museu do Trabalho Michel Giacometti, Setúbal Foto de Jean Jacques Pardete
O século XXI tem aportado uma renovação na forma como o património industrial é considerado. A nível europeu, a UNESCO e a União Europeia são exortadas pelo Conselho da Europa a desenvolverem uma agenda para o património industrial, e a apoiarem a campanha de um Ano Europeu em 2015 promovido pela Federação Europeia das Associações de Património Industrial e Técnico[i].

O património industrial e técnico, material e imaterial são uma parte essencial da identidade europeia ao testemunharem um importante contexto histórico de interação entre saberes, conhecimentos, tecnologia e processos comuns. Os vestígios da cultura industrial possuem valor histórico, tecnológico, científico, social, arquitectónico. Bem como, revestem-se de um valor social, enquanto parte do registo de vida dos homens e mulheres comuns e, como tal, confere-lhes um importante sentimento identitário.

No entanto, o património industrial é altamente vulnerável, na maioria das vezes destruído por falta de conhecimento, documentação, reconhecimento ou proteção. Mas também, por alteração das tendências económicas e questões ambientais difíceis, ou ainda, devido à sua dimensão e complexidade. Contudo, as autoridades públicas devem compreender e valorizar o potencial do património industrial e técnico, pois este pode tornar-se num elemento-chave para o desenvolvimento sustentável do território e da vida socioeconómica das comunidades.

Desta forma, o Património Industrial é considerado como uma parte do Património Cultural, e neste sentido urge promover a preservação de registos documentais, arquivos empresariais, plantas de edifícios, assim como exemplares de produtos industriais e estruturas físicas. Na sequência, os Museus industriais e técnicos, assim como os sítios industriais preservados, constituem meios importantes de protecção e interpretação do Património Industrial e Técnico. Bem como, o interesse e a dedicação do público pelo Património Industrial e a apreciação do seu valor, constituem os meios mais seguros para a sua preservação e salvaguarda para as gerações futuras deste Património.

Neste contexto o GT-SIM lança o desafio a todos quantos desejarem partilhar, aqui, no Notícia BAD, informação sobre o património industrial e técnico – os acervos museológicos, arquivos empresariais, registo de testemunhos orais – à guarda nas suas Instituições, nomeadamente nos Museus Industriais.

Envie o seu texto para o GT-SIM, juntamente com uma imagem e identificação pessoal e institucional e nós faremos aqui a sua publicação.

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[i] Definition: The industrial heritage consists of sites, structures, complexes, areas and landscapes as well as the related machinery, objects or documents that provide evidence of past or ongoing industrial processes of production, the extraction of raw materials, their transformation into goods, and the related energy and transport infrastructures. Industrial heritage reflects the profound connection between the cultural and natural environment, as industrial processes – whether ancient or modern – depend on natural sources of raw materials, energy and transportation networks to produce and distribute products to broader markets. It includes both material assets – immovable and movable –, and intangible dimensions such as technical know‐how, the organisation of work and workers, and the complex social and cultural legacy that shaped the life of communities and brought major organizational changes to entire societies and the world in general.

http://www.industrialheritage2015.eu/

http://www.e-faith.org/home/?q=content/council-europe

http://ticcih.org/about/about-ticcih/dublin-principles/

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